não ao acaso, com certeza
Saí para encontrar-me com alguém.
Ouvi uma súplica sobre não querer morrer
respondi que deveria escrever um livro
única forma de se sobrepor à morte...
Mas eu queria falar de vida!
De pássaros cantando numa manhã de sol
do vôo das borboletas coloridas
da casinha aconchegante no meio da mata
do perfume das flores, barulho do riacho
por isso fui andando lentamente...
Estava quase voltando sem esperanças
quando ouvi alguém me chamar
não ouvi meu nome e mesmo assim
eu sabia que era eu...
Do mesmo jeito que as aves sabem
quando é hora de migrar
ou do modo como as ovelhas choram
pouco antes de serem abatidas
assim... por pura intuição, instinto, sabe-se lá...
E a madrugada, que era fria e triste
de repente me envolveu docemente
emanando uma calorosa paz.
Minha alma se rejubilava contente
por encontrar na selva rude que é a vida
alguém como eu...
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