segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Se me amas, então me ame.



"Se me amas, então me ame.
Não grite ao mundo inteiro com aquele tom de desespero,
não faça de mim o centro de teu universo perfeito.
Não faça de mim teu futuro embaçado baseado em imperfeições.

Se me amas, então me ame.
E apenas isso, sublime. Não com palavras vazias, promessas vãs
mas com aquele teu doce olhar, aquele olhar de quem
deseja obstinadamente ser inconsequente em doces desvairios.
De alguém que mesmo que não pudesse, faria até o impossível
para nunca me perder.

Se me amas, então me ame.
Faça com que eu saiba que você estará lá, mesmo que não esteja
que será o meu chão, minha mesa, meu teto e minha alma.
Ame-me com calma, a calma de quem tem todo o tempo do mundo,
e o faça com a intensidade de mil sóis que queimam e queimam tudo.

Se me amas, então me ame.
Não faça de mim um objeto teu. Algo para passar o tempo.
Sê minha companheira nos momentos de alegria e de tristeza,
Dê-me forças quando meu próprio espírito não mais suportar,
e faça-me saber que o dia será realmente bom, apenas sorrindo.

Se me amas, então me ame.
Acorde-me com teus lábios e compartilhe de minha cama,
e nos dias chuvosos, faça-me companhia com tua doce voz
olhe profundo nos meus olhos e, após, esqueçamos o mundo.
Parece absurdo querer-te assim, mas o que posso fazer
quando não me parece ter outra alternativa que não essa?
Amar-te é so o que sei agora.

Se me amas, então me ame.
E então, entre nós, não haverá nada que nos impeça
de chegarmos até a felicidade, sem pressa, de mãos dadas,
e a sua cabeça encostada em meu ombro, o perfume de seus cabelos,
o meu doce devaneio, o verdadeiro cheiro que tem a paixão.
Enquanto o mundo vai passando, ele vai passando...
Como um furacão, milhões de imagens a perder de vista.

Se te amo, então me ame.
E a eternidade se encontrará exatamente onde nosso amor acabar."

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Melissa




 

Melissa Vivienne Westwood -Three Straps Elevated -Um sonho de consumo


"Vamos deixar as janelas abertas
E deixar o equilíbrio ir embora
Cair como um saxofone na calçada
Amarrar um fio de cobre no pescoço
Acender o intervalo pelo filtro
Usar um extintor como lençol
Jogar pólo-aquático na cama
Ficar deslizando pelo teto
Da nossa casa cega e medieval
Cantar canções em línguas estranhas
Retalhar as cortinas desarmadas
Com a faca surda que a fé sujou
Desarmar os brinquedos indecentes
E a indecência pura dos retratos no salão
Vamos beber livros e mastigar tapetes
Catar pontas de cigarros nas paredes
Abrir a geladeira e deixar o vento sair
Cuspir um dia qualquer no futuro
De quem já desapareceu
Deus, Deus, somos todos ateus
Vamos cortar os cabelos do príncipe
E entregá-los a um deus plebeu
E depois do começo
O que vier vai começar a ser o fim...
E depois do começo
O que vier vai começar a ser..."

(Legião Urbana)